Reações de figuras públicas à morte de Carlos do Carmo – Bloco 4

Carlos do Carmo

Passamos a publicar algumas das muitas reações de figuras públicas à notícia que gelou o país logo às primeiras horas deste novo ano: a morte de Carlos do Carmo, uma figura incontornável da cultura portuguesa. Foi premiado, ao mais alto nível, nacional e internacionalmente. Este país muito fica a dever-lhe muito. Aqui apenas queremos mencionar dois aspetos dos imensos que este Homem da Cultura Portuguesa fez por este país:
– foi juntamente com Mariza o grande mentor, autor e impulsionador do Fado ter sido considerado Património Imaterial da Humanidade;
– representou Portugal, com a tão sua dignidade, no Festival Eurovisão da Canção 1976, com o tema Uma Flor de Verde Pinho de Manuel Alegre (poema) e de José Niza (música) que também já não está entre nós.

Aceda aqui ao destaque que não queríamos ter dado, onde recordamos alguns dos aspetos da carreira deste grande artista. Pode ler também as inúmeras mensagens de figuras públicas que já divulgámos no bloco 1, bloco 2 e bloco 3.

Ágata (FC1979, FC1981, FC1982):
Todos nós lamentamos o adeus de Carlos do Carmo . Ficamos com a sua voz eternamente na nossa memória. Paz à sua alma.

Ângelo Freire (guitarrista):
Não sei ainda arranjar significado para isto, perde-se parte da nossa identidade! Perdi uma referência, perdi um amigo, obrigado mestre!
“Por morrer uma andorinha
Não acaba a primavera”!
Até sempre Carlos!❤️

António Sala (FC1979, FC1980, FC1984, FC1993, FC1997):
A cultura em Portugal está de luto. Partiu a voz que deu charme ao Fado. Carlos do Carmo (1939/2021)

Bruno Correia (Coros FC2009):
Ficamos todos mais pobres. E assim começou o ano 2021. Ficou o enorme legado. RIP Carlos do Carmo.

Carlos Cruz (FC1970, FC1972, FC1996):
Alinho estas palavras com grande tristeza e enorme sentimento de perda e sem saber bem o que vou escrever:
Há pessoas insubstituíveis sim. Carlos do Carmo, como artista continuará no topo do pódio. Como Artista é insubstituível. Para o Povo, para o país e sua consciência. Mas isso, neste momento, eu passo para segundo plano. Egoisticamente, para mim, Carlos do Carmo é insubstituível com um dos melhores amigos que tenho. Cinquenta e oito anos de pura amizade em que deu mais a mim do que eu a ele, de ensinamentos superiores aos poucos que lhe transmiti. De divertidas cumplicidades nas noites de Lisboa. De Natais. E Sol do Algarve. Falámos na semana passada, aplaudi-lhe o tom de voz que era sintoma de as coisas estavam perto da normalidade. Liguei-lhe no dia 31. Já não atendeu. Foi a Maria Judite que me deu a noticia da hospitalização e operação. Temi o pior por saber muito bem a fraqueza do seu coração. Dormi mal. O resto é conhecido. Ele continuará a ser um meu AMIGO INSUBSTITUÍVEL.
Partiu numa viagem só de ida. Imagino que numa “canoa de vela erguida” “que nunca mais volta ao cais, nunca, nunca, nunca mais” Tejo afora com as imagens dessa Lisboa que ele tanto ama a emoldurar-lhe a partida.
Chegará um dia para a minha viagem idêntica, ao seu encontro para retomarmos os nossos longos diálogos sem tempo. Até lá, o seu lugar fica por preencher. Para sempre.

Carolina Deslandes (FC2021):
Para cantar um poema é preciso entender as suas palavras. Para eternizá-lo é preciso entender os seus silêncios. Até sempre.

Cláudia Krasmann (Coros FC1978):
Este dia foi tão especial, este momento tão puro…. obrigada Carlos, por além do grande cantor e artista que és/foste, teres estado tão presente quando o meu pai não estava bem e teres continuado a manter contacto. 🙏 Vai em paz…

Elvis Veiguinha (FC2006, FC2007, FC2008):
O Carlos do Carmo partiu. Não era possível ficar-lhe indiferente, uma personalidade única, um senhor, sempre elegante e educado, pelo menos em todas a experiências que com ele tive. Tristeza é o que todos sentimos. À família, um sentido abraço de solidariedade. 🙏🏽
Obrigado Carlos do Carmo.

Fernando Correia Marques (FC1998):
Começa bem o ano para a cultura portuguesa. Até um dia companheiro Carlos do Carmo.
O privilégio de termos estado juntos com os rebentos Gil e Axel no programa do nosso querido Herman José num célebre dia do pai.

Fernando Ferreira (cantor):
Nunca te conheci. Cruzei-me algumas vezes contigo sem nunca reparares em mim. Foi assim que teve de ser. Aprendi a gostar de fado porque a minha mãe gostava e gosta muito de te ouvir. Ensinaste coisas a uma geração de cantores incluindo a mim que nunca me inscrevi no grupo dos fadistas. Ainda assim cresci a ouvir “Os Putos”, e mais tarde cantei ao vivo o “Estrela da Tarde”. Foste grande. E sabes uma coisa?… continuarás a ser grande. Sentimentos à família. Obrigado Carlos do Carmo!

Fernando Pereira (cantor):
Estou absolutamente de rastos e sem palavras. Que repouse em paz, este grande Senhor e amigo Carlos do Carmo. E que tenha sempre o lugar que merece, no coração e na memória de todos os portugueses

Filipe Keil (FCJ2006, FC2019):
“Existe um rio, a sina de quem nasce fraco ou forte. O risco, a raiva e a luta de quem cai ou que resiste, que vence ou adormece antes da morte.”

Herman José (FC1977, FC1983, FC1995):
Recuso-me a evocar o Carlos com tristeza. O meu desgosto é largamente mitigado pela memória de um amigo luminoso, presente, o mesmo que sempre me abraçou, apoiou e defendeu. Grato, culto, lutador, inquieto, encantador e sobretudo maior que a própria vida. O Rei morreu, viva o Rei.

Hernâni Carvalho (jornalista):
“E quando, um dia, como é inevitável, finalmente te encontrares com Ele, o que é que gostavas de Lhe dizer ou que Ele te dissesse?
– Olha: a gente já conversou tanto, que se calhar não tem muito mais… Gostava, depois, de ver se teria alguma capacidade, se Ele teria a generosidade de me aceitar para ajudar. Eu acho que Ele, sozinho, não dá conta do recado, precisa de uns ajudantes, das pessoas que querem bem aos outros, e que ajudem a dar volta a isto. E deve estar rodeado de pessoas dessas, só que não chegam para as encomendas…”
In “Carlos do Carmo, do Fado e do Mundo” um livro do meu amigo Viriato Teles, editora Sete Caminhos, 2003.

João Grande (vocalista dos Táxi):
CARLOS DE CARMO 1939-2021
Terrível notícia. Foi um dos principais responsáveis para eu ter começado a gostar de fado. Fomos colegas de editora, e coincidimos em inúmeros concertos juntos. Sempre com uma simpatia e um trato invulgar. O país vai sentir muito a sua falta.

João Tordo (escritor):
Passei o primeiro dia do ano “desligado” e só agora é que soube. Conhecia-o desde que nasci. Sempre gostei muito do Carlos e da sua enorme gentileza. Um abraço de muita amizade para toda a família e amigos. Fica a obra de um cantor excecional, histórico. 😔
CARLOS DO CARMO 1939-2020

José Arrais (FC1996):
Partiu para a eternidade o grande Carlos do Carmo. Tinha um estilo fabuloso de juntar o fado com música ligeira e tinha dentro dele o grande espírito lisboeta e da nossa querida Lisboa. Para mim, esta música que deixo [“Lisboa, Menina e Moça”], é o cume de tudo o escrevi. Carlos do Carmo partiu fisicamente, mas fica o seu legado musical.

Luís Alberto Bettencourt (FC1986):
Honra e Gratidão, CARLOS DO CARMO.
Foi com elevada emoção, que na minha carreira profissional de televisão, tive a honra e o privilégio de realizar para a RTP/A um concerto do Carlos do Carmo. A foto documenta um momento do ensaio. Para além do cantor, fica o legado do homem culto, resistente à ditadura, amante da democracia e divulgador da língua Portuguesa. Obrigado Carlos Alberto do Carmo, não morre aquele que deixou na terra a melodia e o talento do seu cântico.

Madalena Balça (apresentadora e radialista):
Ainda agora chegaste 2021 e já me estás a fazer isto? Meu querido Carlos. Um gentleman, um homem determinado, um amigo do seu amigo. Devemos-lhe, entre tanto mais, a consagração do fado a nível mundial. Devemos-lhe a integridade e profunda honestidade com que sempre encarou todos os momentos da sua extraordinária carreira e da sua vida. Hoje morreu um grande fadista, um enorme profissional. Hoje morreu um grande Homem. Estou profundamente triste.

Manuel Alberto Valente (FC1979):
Levanto-me tarde neste primeiro dia de 2021.
A primeira coisa que faço, como de costume, é ligar a TSF. E a notícia cai-me em cima cruelmente: MORREU CARLOS DO CARMO.
Sabíamos, claro, que ele não estava bem. Mas ainda há pouco tempo, falando com ele ao telefone, a sua voz soara com o timbre e a limpidez de sempre. Como disse esta manhã o PR, acreditávamos sempre que Carlos do Carmo era imortal.
Em 26 de Novembro de 2013, o Carlos reuniu no restaurante do Museu do Fado um grupo de amigos (ainda estava connosco o Vasco Graça Moura…) para celebrar o disco que gravara com Maria João Pires. Levei-lhe de surpresa uma “versalhada” que ouso partilhar aqui, como homenagem ao Amigo e ao Fadista – aquele que, depois de Amália, levou o Fado ao mais fundo do coração português.

CARLOS DO CARMO – 50 ANOS DE FADO

Cinquenta anos de Fado
Setenta e pico de vida
Parece qu’ inda há bocado
Foi o tiro de partida

Já fui homem na cidade

Onde nasci e cantei
O sabor da liberdade
Que no peito tatuei

Já fui homem no país

De um fado cantado a medo
Mas de pé sempre me quis
P’ra que Abril chegasse cedo

Fui de viela em viela

E em cada viela ouvi
O Fado chamar por ela
Como quem chama por ti

Liberdade, Liberdade

Senhora da minha voz
Voz de que não sei a idade
Voz que somos todos nós

Cinquenta anos de Fado

Longa estrada percorrida
Com a Judite ao meu lado
Ninguém me tira da vida.

Nilton (humorista):
Há uns anos fui ver Carlos do Carmo em Sintra. Estava a Mariza e o Rui Veloso também. As pessoas começaram a bater palmas ao ritmo da música, ele pede aos músicos para pararem, e com a sua voz grossa exclama: o fado não é palmas! A plateia gelou. E não era. Aquele fado era para se ouvir e sentir.  Mas mal ele arranca com aquela voz única e inconfundível, agarra novamente no público e leva-o para onde quer. Era realmente único. E era também um Gentleman, sempre muito educado, sempre simpático comigo e com aquele charme à James Bond dos antigos. Realmente 2021 não começa nada bem. Perdeu-se um dos bons.

Olavo Bilac (cantor):
Triste notícia para começar o ano. Descansa em paz Carlos do Carmo.

Patrícia Colaço (Coros FC1989, FC2001):
Não há fadista com uma trajetória tão brilhante e inovadora quanto ele, que abriu portas, explorou novos caminhos, avançou como ninguém da sua geração. Sempre com um gosto requintado e uma interpretação e voz única. Deixou-nos um legado incrível. Obrigado por tudo. Sentiremos a sua falta.

Paula Duque (FC2001):
Lisboa acordou triste! Que vá em paz o nosso maior cantor de Fado. Só pisei o mesmo palco do que ele nas variedades do Festival da Canção de 1992 no Teatro S. Luiz e fiquei impressionada com a sua altivez de postura e, ao mesmo tempo, com a sua simplicidade. Como Lisboeta que sou, é difícil despedir-me de quem cantou a minha cidade como ninguém! Carlos do Carmo é e será eterno! Os meus profundos pêsames à família.

Ricardo (cantor):
Começa bem o Ano. Grande senhor da música portuguesa. Obrigado Carlos do Carmo. RIP ⭐

Ricardo Carriço (FC1991):
Cresci a ouvir este Senhor a cantar temas que falavam da vida de um povo, da sua história e liberdade. Hoje partiu, mas o seu legado é tão grande, que todos vamos continuar a crescer, a sonhar e a amar a nossa língua, os nossos poetas e a nossa identidade cultural.
Muito obrigado Carlos do Carmo! Um grande e forte abraço a toda a família.

Ricardo Santos (FC2001, FC2008):
Querido Carlos… Para sempre… as palavras do Mestre Carlos do Carmo sobre o disco de estreia dos Donna Maria.

Rosete Caixinha (FC2001, FC2004):
Para mim a melhor voz do Fado masculino partiu hoje. Obrigada Sr. Carlos do Carmo pela sua obra majestosa. 🎆🙏 Descanse em Paz!

Rui Pato (músico):
Até sempre…Carlos do Carmo. É a primeira notícia triste de 2021.
Amaste o fado, amaste Lisboa, foste solidário, amaste a cultura e amaste a liberdade. Foste um Homem completo…

Samuel Monteiro (cantor dos Maxi):
Aos 77 anos, perguntaram a Carlos do Carmo qual era a chave da vida, e este respondeu de imediato: “Sem dúvida que o amor é a chave da vida…” 👏👏👏👏
Obrigado pela tua sabedoria, obra e educação exemplar ❤️🇵🇹🌈✨

Teresa Guilherme (apresentadora):
Que forma tão triste de começar o ano.  Conhecia o Carlos desde miúda.  O eterno charmoso deixa muitas saudades. Fica para sempre o seu jeito único de cantar Lisboa e o fado. Até sempre querido Carlos e um beijo grande para toda a família.

Teresa Maiuko (cantora):
RIP, a voz mais linda partiu para se juntar as estrelas na eternidade. Obrigada pela sua linda voz.

Tiago Góes Ferreira (apresentador):
Numa entrevista partilhou comigo uma das frases da minha vida. Perguntei… “Carlos nunca se cansou de cantar!” com uma enorme sinceridade respondeu de imediato: “Nunca. Sou um privilegiado. Faço aquilo que amo e ainda me pagam para isso!” ❤️

Vera Roquette (apresentadora):
Triste :🌟  Deixou-nos Carlos do Carmo, aos 81 anos: a Voz, neste primeiro dia do ano, devido a um aneurisma. Escurece desde logo este nosso ano de 2021. Para mim, o maior diseur e fadista (fado canção) ao nível de Amália. Um embaixador de Portugal. Muitas vezes aqui o afirmei.  Quando sofri o meu acidente, ele esteve internado também, assim como Simone. Falámos, algumas vezes. Nesse período largo de convalescença, teve ainda o azar de cair e partir uma anca, tendo sido operado e prolongado a sua estadia. Nunca se queixou. Um senhor.  Aparecia apenas na receção para ir ao Hospital da Luz. Nunca usou óculos escuros, vestido a rigor apesar de doente, de fato completo e gravata.  Discreto e educadíssimo a lidar com todos. Uma vez, fiquei sentada a seu lado no restaurante Tico Tico, e deu-me um autógrafo lindíssimo. Muita paz, Carlos! Que os anjos ouçam a tua clara, bela e pausada Voz. 🙏🌟❤️
Um abraço extensivo à sua mulher Judite e seus filhos. (Cila do Carmo, Becas do Carmo e Gil do Carmo).

Yami Aloelela (FC1992, Coros FC1994):
As Palavras são redutoras para falar sobre despedidas, obrigado Carlos por me ter dado a conhecer o Fado, pelas inúmeras viagens pelo mundo, pelos maravilhosos palcos e salas, pelos ensinamentos e amizade, foram 9 anos inesquecíveis. 🙏🏻
Até Sempre Carlos, pois “Mais que o Amor é Amar”, as minhas condolências à família.

Fonte: Facebook, Instagram

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