Parabéns Festival da Canção – Hoje revisitamos o ano de 1997

O XXXIV Festival RTP da Canção seguiu um modelo fora do habitual. A seleção dos temas a concurso foi feita por um júri composto por Jaime Fernandes, Nuno Infante do Carmo, Maria Fernanda Ferreira e Simone de Oliveira, que apreciou ainda em Dezembro as 224 composições a concurso. Desses temas foram escolhidos 15 canções semifinalistas que passaram pelo programa Há Horas Felizes, apresentado por Isabel Angelino, a partir de 25 de Janeiro. Por cada sessão passavam três temas que, através de televoto do público em casa, elegia uma finalista. Assim sendo dessas 15 semifinalistas ficaram apuradas apenas 5 canções. As dez canções não selecionadas foram interpretadas por Carlos Coincas, Paulo João Sousa, Carla Pires, Vanda, Paulo Caetano, o grupo Água Mole, Paula Cardoso & Carlos Ançã, Carlos Alberto Vidal, Filipa Lourenço e Ema & Isabel Viana.

Em conjunto com as cinco canções apuradas a RTP convidou os quatro compositores que se tinham classificado nos quatro primeiros lugares no ano anterior para comporem um tema. Todos aceitaram com exceção de Pedro Osório.

A final do Festival RTP 1997 teve lugar no dia 7 de Março, no Coliseu dos Recreios. A apresentação do espectáculo esteve a cargo de Cristina Caras Lindas e de António Sala, secundados em cada tema por um cantor convidado, participante em Festivais anteriores. Assim também na apresentação dos temas estiveram: António Sala, Lúcia Moniz, António Calvário, Nucha, Armando Gama, Anabela, Mike Sergeant e Sara Tavares. Também como curiosidade, antes de cada um dos temas aparecia um pequeno vídeo com os autores de cada tema a falarem sobre o mesmo.

O espetáculo deste ano foi dividido em três partes. A primeira parte continha o desfile das 8 canções interpretadas por seis cantores e dois grupos, sem nome ainda firmado no panorama musical: Raquel Alão, Cristina Almeida, Telmo Miranda, Sónia Mendes, Célia Lawson e Susana Pinto e os grupos Oriundi (composto por Nuno Brito, Catarina Burnay, Nuno Alexandre, Mara Jesus, Mário Redondo e Raquel Ferreira) e Meninos da Sacristia (composto por Tiago Menano, José Pedro Soares, Luís Miguel de Almeida e Silvério Gabriel). Cristina Almeida, Célia Lawson e Raquel Ferreira já tinham passado pelo Chuva de Estrelas, enquanto Sónia Mendes tinha sido finalista do programa Cantigas da Rua. Catarina Burnay tinha passado pela Selecção Nacional e Susana Pinto, um ano depois, pela Selecção de Esperanças. Mário Redondo era um dos apresentadores da meteorologia da RTP naquela altura.

A segunda parte do espectáculo é dedicada ao entre-act, num espetáculo concebido por Filipe La Féria, integrado também nas comemorações dos 40 anos da RTP, intitulado Porque É Que Nunca Ganhámos A Eurovisão? Uma divertida sátira com atores e cantores nos quais participaram: Carlos Paulo, Maria Vieira, Miguel Dias, António Calvário, Filipa Batista, Hugo Franco, Paula Valério, Michael Figueiredo, Lúcia Moniz, Helena Isabel, Cidália Moreira, Bruno Nicolau, Paula Sá, Ricardo Afonso, Carla Moreno, Pedro Fernandes, Simone de Oliveira, Hugo Rendas, Tonicha e Alexandra.

A terceira parte foi dedicada à votação e entrega de prémios. Célia Lawson foi a vencedora da noite com o tema Antes do Adeus, obtendo 127 pontos, com pontuações máximas dos júris de Faro, Ponta Delgada e Porto. Em 2º lugar ficou o tema de Sónia Mendes, Da Primeira Vez, a apenas 11 pontos de distância, tendo obtido 10 pontos dos júris de Aveiro, Santarém e Setúbal. Em 3º lugar ficou o tema Quando Eu Te Beijo de Raquel Alão, com 115 pontos, com a votação máxima dos júris de Évora, Funchal e Viana do Castelo. Esta intérprete venceu também o Prémio de Interpretação. Pela segunda vez foi utilizado o televoto, que funcionava apenas como um júri isolado, tendo dado a vitória ao tema Canção Urgente, do grupo Meninos da Sacristia.

O Festival Eurovisão da Canção decorreu nesse ano em Dublin, na Irlanda, com 25 canções concorrentes. Célia Lawson interpretou de forma exemplar o seu tema em 15º lugar, com os coros formados por Vicky Paes Martins, Mico da Câmara Pereira, Pedro Reis e José Bacelar. Célia Lawson esteve bastante segura em palco interpretando de forma brilhante o seu tema, envergando um vestido longo, preto com uma caravela quinhentista em baixo, autoria da estilista Isilda Pelicano. Classificou-se em último lugar, sem pontuação, à semelhança do que acontecera a António Calvário em 1964. No entanto, na minha opinião e face aos temas apresentados na Eurovisão, a nossa canção foi bastante injustiçada porque havia uma mão cheia de canções bem piores.

As minhas escolhas para os prémios do Festival RTP 1997:

Da Primeira Vez eleita como:
O melhor poema

Nosso Canto Chão eleita como:
A melhor música | A melhor apresentação em palco | Uma das mais eurovisivas | A minha canção preferida

Antes do Adeus eleita como:
A melhor interpretação | O melhor visual | Uma das mais eurovisivas

Madrigal de Lianor eleita como:
Uma das mais eurovisivas

Canção Urgente eleita como:
A pior canção

Carimbava o passaporte à canção vencedora?
Sim, carimbava o passaporte da canção vencedora porque foi, sem dúvida, um dos melhores temas apresentados. Uma grande balada composta por Rosa Lobato Faria e Thilo Krasmann, defendida pela grande voz da Célia Lawson.

A minha pontuação para a canção vencedora (entre 0 e 10):   9 pontos
Qualidade média das 10 canções (entre 0 e 10):   6,9 pontos

A minha canção preferida era Nosso Canto Chão pelo grupo Oriundi.
Oriundi - BOMFonte: Festivais da Canção

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